Você já conhece o Lulu? Não? Prepare-se. Lulu é um aplicativo voltado somente para mulheres, homens não podem baixá-lo. Tá, beleza, mas serve para? Serve para as mulheres avaliarem os homens. Hã? Isso mesmo. O aplicativo pega sua foto de perfil do Facebook e as mulheres podem te avaliar, dando notas de 0 a 10, em diversos quesitos como sexo, educação, aparência, situação financeira (etc).
Sim, mulheres entrarão no seu perfil e darão a entender que seu pênis é pequeno, grande, que você é bom de cama, gostoso, gordo ou nojento. Não com essas exatas palavras, mas com tags que apontam exatamente para isso.
Ou seja, finalmente as mulheres se igualaram aos homens. Só que no pior sentido! É impossível negar que desde que o mundo é mundo os homens tem uma necessidade infantil de compartilhar suas experiências com outros homens. Homens falam e falam muito. Ok, mulheres também falam? Sim, mas até então, na maioria das vezes, elas procuravam ser mais discretas e não tão explícitas. Afinal, qual o sentido de propagandear algo de bom? O sentido em propagandear algo de ruim é o bom e velho recalque. E só.
O Lulu chegou para colocar a mulher no mesmo nível de babaquice do homem. E parece vingancinha. Não que as mulheres estejam involuindo, elas querem se vingar mesmo. Chega de tomar cantada de homem babaca na rua e chega de ser chamada de piranha por dormir com alguém no primeiro encontro. Elas agora podem revidar publicamente todo esse machismo.
Mas, será que dar essa importância toda pros homens é realmente bacana? Uma vingança assim é legítima, justa? Bom, basta pensar no outro lado da moeda. Muito em breve serão lançados aplicativos para homens avaliarem mulheres. A brincadeira vai perder a graça? Com certeza. Qual é a necessidade que o ser humano tem em humilhar o outro, em expor o outro? Isso é coisa de americano, que faz do bullying uma instituição. Não de brasileiro!
O ponto vai além da crueldade de expor alguém publicamente. É essa a nova abordagem para a conquista? Depender de avaliações de pessoas que muito provavelmente foram descartadas e, consequentemente, machucadas? Qual a validade disso? Parece que o Lulu é uma brincadeira, um passatempo para solteiras que buscam uma ficada, uma transa, e nada mais. É, deve ser isso.
É muito mais fácil instituir um machismo do tipo “mulher que usa Lulu é piranha” do que mudar um comportamento que é genuinamente masculino. Com ou sem Lulu, precisamos aprender a parar de seguir modismos imbecis, ditados por empreendedores imbecis que nos transformarão em completos…imbecis.
Fonte: Macaco Velho
